domingo, 14 de fevereiro de 2010

Ano Novo Chinês - Tigre Dourado




Hoje, 14 de fevereiro de 2010, entramos no Ano do Tigre de Metal (ou Tigre Branco, ou ainda Tigre Dourado) segundo a tradição chinesa. Este ano, denominado Geng Yin em chinês, é o ano 4707 desde o Imperador Amarelo, fundador da civilização chinesa.

Esta é a festa mais importante do povo chinês e que dura 15 dias, desde a Lua Nova que marca o início do ano até a próxima Lua Cheia, quando ocorre o Festival das Lanternas. As famílias se preparam durante muito tempo para os festejos e tiram licença de seus trabalhos. A China pára.

Suas comemorações incluem fogos de artifício, invenção chinesa, para espantar os espíritos ruins e as Danças do Leão e do Dragão para trazer prosperidade, saúde e paz. Pessoas viajam de toda parte para o jantar de ano novo, pois é uma celebração basicamente familiar. Diversos pratos especiais são preparados para esta comemoração, como a “Delícia de Buda” (Luóhàn zhai), prato vegetariano muito popular.

Neste ano contemplamos a chegada do Tigre com o elemento Metal, um elemento próprio da prosperidade, pois represneta o metal das moedas. 'Metal", em chinês, se escreve com o mesmo ideograma de "Ouro": Jin.

Será um ano de mudanças e prosperidade, desde que se mantenha o arrojo nos negócios.

Feng Shui: Pessoas nascidas no signo do Tigre e do Macaco devem se precaver, pois estão em conflito com o regente do ano, Tai Sui, que estará a Nordeste. Muito cuidado também com a direção Sudoeste (Sui Po), e Norte (San Sha), pois existem fatores perniciosos ocorrendo nestas direções ao longo deste ano. É melhor evitar grandes movimentações de terra, reformas extensas ou muito movimento nesta área do imóvel, bem como na área Nordeste (Tai Sui).

O regente, Tai Sui, deste ano será o General Wu Heng (ao lado).

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Os Dois "Anos Novos" Chineses



O Ano Novo Chinês será no próximo dia 14 de fevereiro. É o início do ano lunar e suas comemorações duram 15 dias. É praticamente o único feriado do calendário chines. Nesta época as pessoas viajam milhares de quilômetros para estarem junto às suas famílias.
 
Existe uma certa confusão sobre isso pois os chineses utilizam dois calendários - lunar e solar. O ano novo solar foi em 4 de fevereiro passado (ele sempre cai no dia 3, 4 ou 5 de fevereiro). Para fins de Feng Shui e astrologia chinesa, é o ano novo solar que conta. Então, a partir disso, sabemos que já estamos sob influência do Tigre de Metal ou "Tigre Branco" (branco é a cor do elemento metal).
 
Mas tudo acaba se encaixando pois o ano novo solar consta também do calendário lunar como "Li Chun", quando se celebra o início da primavera no hemisfério norte. O Li Chun ocorre 49 dias depois do Solstício de Inverno (Dong Zhi), segundo os cálculos antigos.
 
O Ano Novo lunar chinês em que se realizam todas aquelas festividades é a comemoração "oficial" da entrada do ano.
 
Gong Xi Fa Cai para todos!
 
 
 
NOTA: No Brasil, a "comemoração" do ano novo oriental ocorreu em São Paulo em 6 de fevereiro, entre as duas datas. É algo como comemorar o Natal em 22 de dezembro ou o Ano Novo em 7 de janeiro. Com direito a uma ridícula apresentação da bateria da escola de samba Gaviões da Fiel, incluindo uma mulata rebolando. Muitos que foram ver uma festa oriental ficaram chocados, mesmo porque não se ouvia os tambores chineses debaixo da algazarra da escola de samba. Eu não vi, claro, porque levo cultura oriental a sério e não participo de bagunças deste tipo.


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A Natureza do Qi





Uma das bases da filosofia chinesa e das práticas taoístas é o Qi (Chi). Todos sabem disso. Mas ainda encontramos pessoas com problemas para identificar corretamente o Qi nas práticas.

Semana passada estive envolvido em uma discussão online, em um grupo internacional de Astrologia Chinesa, sobre o “problema” das alterações que ocorreriam no Hemisfério Sul. Claro está que não é necessária nenhuma alteração nos princípios metafísicos chineses para que o Feng Shui ou outra técnica funcione bem por aqui. Mas um grupo de estudiosos da Austrália discorda, alegando várias razões. Esse é o cerne deste texto.

Forças da Natureza
Para alegar uma possível alteração nas referências dos sistemas chineses, eles afirmam que no hemisfério sul a força de coriolis faz com que as massas de ar, os furacões e a água nos ralos tendem a girar no sentido horário e no hemisfério norte seja o oposto. Também existiriam mudanças nas estações do ano, etc...

Mas o que tudo isso tem a ver com nosso texto? Bem, as alegações sempre levam em conta forças da natureza como ventos, estações do ano, coriolis, latitudes quentes e frias. Mas o problema é que estas forças da natureza não são o Qi. O Qi é algo muito mais sutil que uma rajada de vento.

Forças da Natureza, como mencionado, são EFEITOS do Qi. Logo, o Qi é a CAUSA primordial deles e não podemos confundir causa e efeito. Veja que estamos utilizando uma argumentação ocidental, científica. Causa e efeito é um dos pilares da ciência.

Mais Profundamente
Se formos examinar com muito mais profundidade todas estas forças, encontraremos o Qi em seu âmago. Isso está não apenas dentro dos parâmetros da metafísica chinesa como de acordo com a ciência ocidental.

Para os chineses, o Qi é a matriz de tudo, tudo é constituído pelo Qi e é ele que faz as ações ocorrerem. A própria vida se deve ao Qi, pois sem ele apenas existe a matéria morta. Vida é uma atuação dinâmica do Qi. Quando estudamos Feng Shui e relacionamos uma corrente de ar a um fluxo de Qi, estamos reafirmando essa relação pois o ar é Qi e seu movimento também é Qi. A essência verdadeira e profunda da água e do fogo é o Qi – eles são apenas suas manifestações. Isso é muito importante: tudo o que vemos, todas as forças da natureza, são manifestações do Qi. Assim, gravidade, calor, coriolis, ondas eletromagnéticas, eletricidade, são manifestações do Qi. Cientistas chineses detectaram, nos anos 1980, ondas infravermelhas sendo emitidas por um praticante de Qigong, pois essas ondas também são manifestações do Qi, embora não sejam ele em si. Aí temos um problema.

O Qi e a Ciência
A grande questão é que o Qi não é aceito pela ciência ocidental simplesmente porque não pode ser detectado ou quantificado. Poderia ser ao menos uma excepcional hipótese de trabalho para explicar vários fenômenos, mas o preconceito impede que isso aconteça.

A Teoria da Grande Unificação (TGU) é um exemplo. Trata-se de uma teoria que englobaria todas as interações naturais em um único modelo. Albert Einstein foi um dos primeiros a tentar através de sua Teoria dos Campos Unificados, que procuraria integrar as quatro forças naturais: força nuclear forte e fraca, eletromagnetismo e gravidade. Ele não conseguiu e passou a bola. Stephen Hawking, o conhecido físico teórico inglês, postulou essa conexão durante muito tempo, mas acabou acreditando em sua impossibilidade.

Entretanto a idéia está aí, como esteve há muitos milênios, pois tanto chineses quanto indianos sempre acreditaram nesse princípio único universal: o Qi ou Prana.

Vale lembrar que a chamada “matéria escura”, constituinte do Universo, era uma teoria científica viável, passou a mito desacreditado e voltou recentemente com força total, pois encontrou-se evidências de sua existência.

Conclusão
Quando vemos qualquer tipo de força ou energia na natureza, podemos ficar certos de estar na presença de um efeito do Qi, uma de suas manifestações. Se você quiser luz, você vai ligar o interruptor na parede, não é? A luz e o calor são manifestações da eletricidade, mas não a eletricidade em si. Você pode regular o brilho da luz e a intensidade do calor regulando a tensão e a corrente elétrica, da mesma forma que um acupunturista regula o Qi para devolver o equilíbrio e a saúde a um enfermo. Não lidamos diretamente com o calor e a luz, mas com eletricidade. Não lidamos diretamente com a doença, mas com o Qi.

Então procure não confundir causa com efeito. Quando se lida com o Qi, se lida com a essência básica do Universo e não meramente suas manifestações.